Inclusão: Um trabalho Coletivo
Fonte: a autora
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Em 13 de Janeiro de 2010 numa cesariana Clarice Borges teve Trigêmeos: Gabriel, Júlia e Guilherme. Tudo certo até começar a perceber que o Gabriel não desenvolvia como os outros. Tudo era mais tarde, o sentar, o andar e o falar.
Começaram, ela e esposo, a buscar profissionais para um diagnostico do que estaria acontecendo com um de seus filhos, até escutar de um pediatra que o problema é que queriam filhos iguais. Não era o caso, pensaram em ajudar o filho a desenvolver como os irmãos, pois o desenvolvimento estava dentro do esperado para a idade. Mas o Gabriel passava o tempo sem nenhum avanço.
Já com dois anos, depois de algumas matérias na net e reportagens no fantástico viram que seu filho poderia ser um Autista. Tudo que ele fazia era viver em um mundo onde parecia não ligar para mais ninguém, empilhava as latas vazias de leite todas com os rótulos na mesma direção, os carrinhos eram colocados por cores e tamanhos. O perfeito impecável. Só não deixava ninguém mexer e quando queria alguma coisa os levava pela mão e apontava, sem nada dizer.
Com três anos e após vários exames para descartar surdez e outros problemas receberam o diagnostico de Autismo-Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Faltou lhes o chão, pois se tratava de algo desconhecido e sem cura. Foram instruídos a mudar de cidade, uma vez que a Associação AMA que cuida de crianças autistas só existe em grandes cidades como Goiânia e Salvador.
Como poderiam mudar suas vidas tendo emprego fixo e outros dois filhos para criar! A Ama passou a ser um sonho quase impossível, procuraram a APAE e conseguiu a matrícula do seu filho.
Fonte: a autora
Inclusão: um trabalho coletivo
Começando algumas terapias com o Gabriel na APAE passou se um ano, foi quando o Pai Eduardo recebeu um panfleto de duas mães desesperadas, mas sonhando em criar uma associação em sua cidade. Viram uma chance de dar ao seu filho um tratamento para que o mesmo pudesse ter uma vida no mínimo digna.
Na primeira reunião se conheceram e vira o quanto em sua sociedade tinham famílias passando pela mesma dor e buscando o mesmo objetivo.
Em 03 de Fevereiro 2016 realizou-se a eleição da diretoria da AMALEM-Associação dos Amigos dos Autistas de Luís Eduardo Magalhães e Clarice foi escolhida como Conselheira Consultiva O objetivo da associação foi dar um suporte aos autistas e seus familiares em sua cidade, já que o número era expressivo de crianças precisando ser atendidas. Outros pontos importantes da associação era trabalhar na disseminação de informações sobre o que é o autismo e na conscientização da população sobre a importância da inclusão escolar e inclusão social dessas crianças.
Fonte: a autora
Esforços somados para objetivos grandiosos
Em julho de 2016 fundaram sua AMALEM- Associação de Amigos do Autista de Luís Eduardo Magalhães.
Os atendimentos foram começando com voluntárias como no Eco terapia uma vez na semana, depois veio a Terapeuta Ocupacional, que em uma sala alugada pagavam o atendimento, logo depois iniciaram com a Fonoaudióloga.
Muitos casos de autistas começaram a aparecer, famílias, escolas e até igrejas lhes procuravam para relatar casos parecidos com o de seu filho.
Mas como rege o estatuto, a criança pode ser matriculada, mas para ser atendida na AMALEM deve ter o laudo de autismo.
Há famílias que não tem condições nem sequer de ter laudo. Sendo assim fazem uma triagem em traços autísticos por uma equipe multiprofissional e os encaminham com a ajuda da associação para um profissional que possa dar o diagnostico.
Mesmo passando por um momento de luto, porque se sentem assim, segundo Clarice, assim no diagnostico devem ser conscientes que quanto mais cedo o diagnostico e a intervenção mais chances têm de ver seus anjos azuis ter uma vida relativamente social.
Hoje com dois anos de criação têm uma sede alugada, atendimentos individuais para 42 crianças e fila de espera. Os atendimentos são de Ecoterapia, Fonoaudiologia, Sala de Recurso, Terapeuta Ocupacional, Psicopedagoga, Fisioterapeuta, Voluntaria com aula de teclado.
Seu filho tem desenvolvido bem, com grau leve. Ele lê, escreve e fala. Graças ao sonho que parecia fora de alcance, hoje está mais próximo de uma grande realização.
Trabalham muito em eventos vendendo salgados, doces, bebidas e almoço para ajudarem nas despesas. Recebem várias doações de pessoas que querem contribuir com sua associação e lhes ajudar no propósito.
Arteterapia para desenvolvimento das habilidades
Unindo conceitos de arte e psicologia, a chamada “arteterapia” é uma das linhas terapêuticas que podem ser aplicadas para auxiliar no processo de aperfeiçoamento das habilidades de quem tem o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).
Por meio do uso de recursos como desenho, pintura, cerâmica, escultura, fotografia ou vídeos, a arteterapia pode contribuir para humanizar os cuidados e pode ser um facilitador para que o autista possa expressar o que sente, pensa e a maneira com a qual percebe o mundo ao seu redor. Este modelo de assistência pode ser uma alternativa em complemento à tratamentos considerados tradicionais direcionados ao TEA.
Parafraseando Leonardo da Vinci, talvez possa aplicar neste contexto de traduzir o valor que a arte representa como instrumento de desenvolvimento de habilidades em pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA): “A arte diz o indizível; exprime o inexprimível, traduz o intraduzível”.
A AMALEM busca implementação de seus recursos para a introdução da arteterapia em seus atendimentos.
REFERENCIA:
https://neuroconecta.com.br/desenvolvendo-habilidades-com-arteterapia/